sábado, 22 de agosto de 2009

Da minha entrega,

Areia úmida, meus pés sentem frio. A manhã ainda é jovem.
Num ambiente poético que é o mar numa manhã que se inicia resolvo me entregar.
Vagarosamente caminho na direção dele,
quanto mais me aproximo, sinto que acelero os passos - quero logo chegar.
Já sinto a água bem fria tocar meus pés. Arrepio-me.
Um pouco de frio e de medo também. Medo da felicidade, da beleza de tudo isso.

Na tua direção vou, como a caminhar de encontro ao mar.
Meio desajeitada, atiro-me ao leito d'água, como se dele quisesse fazer parte.Como de ti quero também.]
Das tuas correntezas e de tuas ressacas. Eu te desejo por completo.
Dos teus receios e dissabores, pois posso chorar contigo o quanto quiseres.

Mas posso rir e ser agradável.
Cantar em teu ouvido o prazer da tua presença.
("é que no peito do desafinado também bate um coração.")

E posso ser teu exclusivo prazer. E quero.
Te dar minha carne, meu corpo...

Finalmente entrego-me por inteiro.
Ofereço-te meu corpo, minhas carícias e meu coração.
Porque o que mais almejo agora é ser teu abrigo, tua ponte, tua mulher.

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