terça-feira, 28 de julho de 2009

da minha necessidade

Não escrevo só para mim
Transcrevo impressões por nós e para nós.
Por mim, que me pergunto ou me lamento
E por ti, que apenas ouves calada.
Para mim, que sinto o mundo pulsar nas veias
e por ti, que não entendes o que é intensidade.
Por ti, que me julgas tola
e por mim, que te julgo aflita.

Escrevo porque acredito que na escrita esteja a nossa salvação - a minha e a tua.
Eu te personifico como o mundo - e não te compreendo como não compreendo o mundo.
E por isso escrevo por mim e por ti - o Mundo
E faço por nós e para nós – para a nossa cura.

Escrevo como quem suplica,
como quem roga,
quem invoca.

Escrevo minhas impressões e sentimentos
de forma difusa, confusa
-como dentro de nós eles costumam ser-
E assim me ritualizo,
como quem deseja ritualizar o mundo,
como quem almeja ordenar a vida,
como quem quer fugir das incontingências.

E portanto essas linhas não têm um fim claro
porque não paro de suplicar por nossa paz,
porque não posso parar de rogar por mim e por ti – senão haveria mais caos!
e não paro de invocar ordenamento- na minha vida, na tua e no Mundo.
Talvez nunca saibas dessa minha declaração de amor,
Dessa minha luta para vivermos melhor. E é melhor que seja assim.
Não compreenderia minhas palavras de amor porque elas não são cor de rosa nem melodiosas.
Mas expressam minha necessidade de te amar,
Não posso ordenar o caminho entre nós – o que ser feito e o que não ser;
Mas aqui busco ritualizar nossas vidas. Aqui elas são estáticas.
E por isso tomo as rédeas, não por vingança, mas por terapia:
Exercício repetido exaustivamente que pode me regenerar...
E quem sabe assim, realizando esta última necessidade, não nos regeneremos?

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