
Essas indagações parecem tirar Ester da órbita terrestre; levam-na paro outro sistema, com outras constelações e outros planetas. Repentinamente ela retorna à Terra: o vento intensifica-se, e rouba-lhe o chapéu; a mulher corre desajeitadamente para buscar seu acessório.
Depois do esforço físico, ainda ofegante, Ester dá uns tapinhas para retirar a poeira do seu chapéu. Coloca-o de volta na sua cabeça. Seus cabelos parecem meio desarrumados agora.
De posse de seu chapéu ela retorna ao banco, sentando-se sem a mínima pressa; não há compromissos ou alguém a lhe esperar... No corpo e na alma de Ester vão uma tristeza e solidão incrivelmente serenos.
Estática, a contemplar o mar, ela parece querer fazer hora; quer ver o tempo correr diante de sua inércia para que possa errar menos. Ester tenta enganar o Tempo para que haja menos ilusões e corações machucados, inclusive o seu.