sábado, 12 de setembro de 2009

Rouxinol Perdido

Sou eu teu Rouxinol
Amando-te, canto para ti
Quando penso que tu gostas do meu cantarolar
Tu me prendes numa gaiola.


Triste, sussurro uma canção quase de dor- Rouxinol Acuado.
Então vens tu, perto da gaiola em que me deixaste, a pedir pelo meu canto quase-interrompido.
E eu, Rouxinol Feliz, novamente torno a cantar.
Gostas ainda mais do canto do teu Rouxinol, depois que interrompe-o, aparentemente esgotado?


Parece-me incoerente. Meu canto te encanta. Eu sei.
Mas teu Rouxinol deveras cantante parece em muitos momentos te aflingir.
O que te pareces? Tanto canto de amor perversamente machuca teus ouvidos?!
O que te parece, dono do Rouxinol?


Assim, reprimo-me eu, Rouxinol.
Meu canto é de amor, não de aflição.
Escuta e ouve - deixa o som invadir teus ouvidos
e tocar também teu coração.
E se não quiseres este canto, se não gostares,não há motivos para aflição.
Apenas deixa o Rouxinol voar.
Que voando ele procurará outro abrigo.

Um comentário:

  1. Um belo poema, muito bem escrito, mostrando a luta incessante pelo amor e pela felicidade. Palmas para aqueles que fazem do amor sua verdade e sua vida. Parabéns pelo blog

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